Com novidades, WhatsApp quer ser marketplace para PMEs
Meta anunciou novidades para o WhatsApp Business nessa quinta em São Paulo, incluindo recurso de buscas lançado primeiro no Brasil
Se as demissões recentemente promovidas pela Meta talvez tenham posto em dúvida as aspirações da empresa no que diz respeito ao metaverso, por outro o potencial de uso comercial do WhapsApp segue em ascensão. Não por acaso a companhia promoveu nessa quinta (17) em São Paulo o WhatsApp Business Summit, evento inédito por aqui e que reuniu executivos da empresa, parceiros de negócio e clientes para discutir potencialidades da ferramenta para os negócios, principalmente pequenos e médios.
As PMEs, aliás, são o alvo do principal anúncio da empresa do dia: o recurso “encontrar empresas”, já disponível no WhatsApp para Android, e que permite encontrar negócios com base em geolocalização e busca direta, e assim fazer compras dos lojistas mais próximos ou conhecidos do consumidor. O Brasil é o primeiro país a ter a funcionalidade lançada em larga escala, após um ano de testes na Índia – não por acaso os dois maiores mercados do app de conversas no mundo.
“Começamos em São Paulo porque tantos brasileiros usam WApp, e tantos pequenos negócios usam. É o lugar perfeito para começar”, disse ao IT Forum o VP de mensageria corporativa da Meta, Matthew Idema. Segundo ele, o mercado brasileiro é tão grande quanto o indiano em termos de penetração, o que justifica as escolhas.
“A habilidade de começar uma conversa direto com os negócios é muito poderosa. Nossa esperança é que isso ajude com a nossa visão de ter o WhatsApp como [canal] primário [para compras”, ressaltou o executivo americano. “Queremos que qualquer coisa possa ser feita pelo WhatsApp.”
Segundo o executivo, citando dados da própria Meta, 60% das marcas mais valiosas no Brasil atualmente usam a WhatsApp Business Plataform – conjunto de APIs da empresa para integração a sistemas maiores do e-commerce. Por parte dos consumidores, 85% se sentem mais conectados com negócios que usam o WhatsApp e 75% se dizem mais propensos a fazer negócios com essas empresas.
No palco, Idema citou casos de sucesso de empresas como Azul, Itaú, Renner, Lança Perfume e Nissan – essa última vendeu 65 carros em um teste de apenas três meses usando o WhatsApp.
A empresa também anunciou que está testando o WhatsApp Business Premium, modalidade paga do aplicativo de mensageria para negócios. Ainda não há preço ou funcionalidades definidas para o mercado brasileiro, nem data para que sejam lançados.
Encontrando empresas
Para o usuário final usar o novo recurso, basta iniciar uma nova conversa, escolher a função e de quem quer comprar. A maioria dos negócios cadastrados na plataforma no momento e verificados pelo IT Forum durante o evento são de alimentação. A reportagem
Os empresários podem cadastrar cardápios ou produtos (o que aliás já era possível no WhatsApp Business), e ao usuário basta colocar no carrinho e finalizar o pedido. O lojista recebe por mensagem, revisa, faz adequações se necessário e informa os valores. Tudo no chat, em forma de conversa – é o chamado “comércio conversacional”.
A experiência é bem semelhante a encontrada em outros aplicativos de comércio eletrônico, e a associação com o iFood é instantânea. A plataforma de compra de refeições e itens de mercado da Movile domina o mercado nacional, após o Uber encerrar o Eats no Brasil em março desse ano. Rappi e Google (com o Locals) são outros concorrentes óbvios, embora a Meta negue essa intenção.
“Não vejo como concorrência. É mais uma opção”, disse ao IT Forum o diretor geral do WhatsApp na América Latina, Guilherme Horn. “Eles têm usos diferentes.”
Apesar de ter sido demonstrado no palco, ainda não há um serviço de pagamento de pedidos direto no aplicativo, nem data para que isso ocorra. Ou seja, o cliente precisa combinar com o lojista como pagará o comerciante.
Quando for lançado, o que deve ocorrer “em breve”, o serviço de pagamento será integrado com as principais empresas de pagamento do mercado, segundo Horn. O modelo de negócio da Meta prevê o pagamento de uma taxa sobre cada transação efetuada, mas a plataforma de busca será totalmente gratuita para o lojista – é aqui que o serviço se difere do iFood, por exemplo.
Fontes de Receita
Outra fonte de receita vem, claro, de anúncios – que podem ser feitos em outras plataformas sociais como Instagram e o próprio Facebook. São anúncios capazes de “jogar” o consumidor direto no canal de WhatsApp correspondente, tornando a relação entre negócios e clientes mais direta.
Segundo o diretor, há uma perda significativa de clientes por parte dos lojistas quando o usuário precisa sair do WhatsApp para fazer transações, como pagamentos. E quando a plataforma de pagamento for lançada “toda a jornada vai ser feita dentro do aplicativo”, o que confere “um valor muito grande para esses pequenos empresários”.
“A busca é gratuita e já está disponível. O comerciante não paga absolutamente nada. E nos pagamentos é um modelo de negócios similar ao que já existe hoje. É uma plataforma aberta, e quaisquer adquirentes podem se integrar”, disse. “A gente recebe uma taxa. A gente não revela a taxa, mas não é muito diferente do que se pratica no mercado.”
Segundo Horn, atualmente o WhatsApp Business tem 5 milhões usuários ativos no Brasil – um universo significativo frente aos 6 milhões de negócios mapeados no País pelo Sebrae.
Por Redação
Fonte: itforum
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